Polícia prende indivíduo apontado como financiador de roubo e promover clima de terror em Araçatuba
08/09/2021
Polícia prende indivíduo apontado como financiador de roubo e promover clima de terror em Araçatuba

Fotos - Reprodução

O trabalho investigativo apurou que Paulo César Gabrir teria pago R$ 600 mil a quadrilha para assaltar a cidade no interior de SP e com ele, foram apreendidos carros de luxo

 

Um suspeito de financiar o ataque em Araçatuba, no interior de São Paulo, foi preso na madrugada desta quarta-feira, (8/9). A Polícia Civil informou que um homem foi detido em Sorocaba, também no interior de SP.

Agentes do Departamento de Investigações Criminais prenderam Paulo César Gabrir, de 33 anos. Ele é apontado como diretor financeiro da organização criminosa que mandou uma quadrilha, com cerca de 20 homens, promover os ataques a bancos em Araçatuba no dia 30 de agosto.

Na ação, moradores foram feitos de reféns e usados como escudo humano. O ataque terminou com três mortos e cinco feridos, um deles teve os pés amputados após passar perto de um explosivo. Ao todo, mais de 93 artefatos foram espalhados pela cidade.

 

Carros de luxo apreendidos

Com o suspeito, que já tinha passagens por roubo e homicídio, a polícia apreendeu dois carros de luxo e documentos relacionados ao crime organizado. Esses relatórios indicam ações em vários estados do Brasil. Segundo a polícia, Paulo César afirmou, informalmente, que a logística do ataque custou R$ 600 mil.

A mulher do suspeito, de 40 anos, também foi detida. Ela estava foragida por envolvimento com o tráfico de drogas. Um funcionário de Paulo Gabrir, um jovem de 25 anos, também foi preso e tinha passagens por roubo. Os três foram autuados por organização criminosa.

Outros cinco suspeitos de envolvimento nos crimes já haviam sido detidos pela polícia paulista. Os materiais foram encaminhados à Polícia Federal, que prossegue com as investigações para esclarecimento dos fatos.

 

                                                                    Relembrando o ataque

Criminosos fortemente armados atacaram três agências bancárias no Centro de Araçatuba (SP), no início da madrugada desta segunda-feira (30). Três pessoas morreram , sendo dois moradores e um criminoso. Cinco pessoas ficaram feridas e três suspeitos foram presos.

A ação criminosa em Araçatuba, cidade na região noroeste de SP com cerca de 200 mil habitantes, durou duas horas, entre ataque às agências, tiroteio e fuga. Ainda não foram divulgadas informações de quanto foi roubado.

Após o ataque às agências, o grupo com cerca de 20 criminosos em dez carros abordou pedestres e motoristas e os fizeram reféns na cidade. Eles também cercaram o batalhão do Baep e o CPI, bases da Polícia Militar. A PM informou que foram dois confrontos com tiros, um no Baep e outro no centro de Araçatuba.  

 

"Escudos humanos"

Em vídeos que circularam nas redes sociais, algumas vítimas aparecem em uma espécie de "escudo humano" dos criminosos e sobre carros. Outras imagens mostram eles atirando pela cidade. Cinco pessoas foram socorridas com ferimentos e levadas à Santa Casa de Araçatuba. Entre elas está um ciclista de 25 anos que teve os dois pés amputados após ser atingido por um explosivo.

Situação dos feridos:

  • Homem de 28 anos: baleado no abdome. Quadro clínico dele é considerado estável;
  • Homem de 31 anos: baleado nos braços e no rosto. Quadro clínico dele é considerado grave;
  • Homem de 38 anos: baleado nas pernas, braços e de raspão na cabeça. Quando clínico dele é considerado grave;
  • Homem de 26 anos: ferido por explosivo. Teve os dois pés e os dedos das mãos amputados. Quadro clínico dele é considerado grave;
  • Homem de 45 anos: baleado na região dos glúteos. Foi medicado e recebeu 

 

Como os criminosso agiram

Para monitorar os policiais, os criminosos contaram com o auxílio de drone. Eles também fecharam algumas entradas da cidade com veículos em chamas para evitar que equipes chegassem ao local, segundo a polícia.

Parte dos criminosos fugiu em direção ao bairro Taveira, área rural, onde um criminoso foi encontrado morto dentro de um carro. Segundo a PM, a suspeita é que ele foi ferido na troca de tiros no centro e levado pelos comparsas, sendo abandonado no bairro rural após a morte.

A quadrilha abandonou veículos usados no crime e roubou outros de moradores para fugir. Moradores também relataram que encontraram explosivos e munições nas ruas da cidade. A PM informou que ao menos 20 pontos foram identificados com explosivos. Policiais do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) foram chamados para desativar os explosivos.

O secretário de Segurança Pública, general João Camilo Pires de Campos, disse em coletiva nesta manhã que "o Gate está na rua para desmobilizar 40 artefatos explosivos que estão por aí". Lojas também ficaram danificadas. A rua Luiz Pereira Barreto, onde mais de dez explosivos foram encontrados, precisou ser interditada.

A Polícia Militar orientou que os moradores não saiam de casa até que a situação esteja totalmente controlada, pois os explosivos podem ser acionados sensores. Devido à gravidade da ocorrência, o Batalhão de Ações Especiais da Polícia (Baep) de São José do Rio Preto (SP) também foi acionado.

"É uma sensação horrível, um horror. Moro a poucas quadras do Centro. Ouvi todos os tiros, acompanhando através de vídeos. Não saí de casa e peço à população que fique em casa", disse o prefeito Dilador Borges.  "Quando iniciou tudo isso, sentimos o drama que seria nossa noite, entrei em contato com o governador João Doria, que através do secretário de Segurança disse que viria reforço de Rio Preto, Bauru e Prudente", completou.

 

Outro ataque em 2017

Em 2017, Araçatuba viveu momentos de terror em um mega-assalto a uma empresa de valores da cidade. Na época, cerca de 30 criminosos incendiaram veículos para bloquear a saída de viaturas do quartel da Polícia Militar, que fica perto do local do roubo.

Os suspeitos também atiraram contra a entrada do quartel para impedir a saída dos policiais, e houve troca de tiros. Na sequência, outro grupo foi até a empresa de valores e usou dinamite para explodir o prédio.

O policial civil André Luís Ferro da Silva, do Grupo de Operações Especiais (GOE), estava de folga no dia e foi baleado durante a ação e morreu. Além do policial, duas mulheres ficaram feridas durante a ação atingidas por estilhaços de balas.

Os criminosos também usaram um caminhão canavieiro para bloquear a pista da Rodovia Marechal Rondon, no sentido de Birigui (SP) a Araçatuba. O grupo rendeu o motorista e deixou o veículo atravessado na pista, depois o incendiaram, impedindo a chegada da polícia.

O Ministério Público denunciou em 27 de agosto de 2018 um total de 18 pessoas, sendo que 15 por latrocínio consumado, latrocínios tentados, incêndio e explosão. E outros três, além desses crimes, por associação criminosa.

 

Terror em Botucatu

Um ataque parecido foi registrado em Botucatu (SP), em julho do ano passado. Pelo menos 40 criminosos mascarados, fortemente armados e com coletes à prova de balas, participaram do crime.

Os bandidos armados atacaram agências bancárias da cidade e policiais ficaram feridos na troca de tiros com os criminosos. Segundo a polícia, após o crime, os bandidos fizeram moradores reféns e os usaram como "escudo humano".


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