Ministério de Saúde anuncia que vacinação de crianças contra a covid-19 deve começar em janeiro
27/12/2021
Ministério de Saúde anuncia que vacinação de crianças contra a covid-19 deve começar em janeiro

Levantamento mostrou que a doença matou uma criança a cada dois dias no país e até a semana passada, 301 óbitos tinham sido registrados nessa faixa etária desde o início da pandemia

 

O Ministério a Saúde afirmou nesta segunda-feira (27) que a vacinação contra covid-19 para crianças de 5 a 11 anos deve começar em janeiro. Em nota, agora, a pasta diz que é a favor da inclusão de pessoas desta faixa etária no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 (PNO) e formalizará decisão no dia 5 de janeiro.

No dia 19 de dezembro, a secretária de enfrentamento à covid, Rosana Leite Melo, enviou uma nota técnica ao Supremo Tribunal Federal (STF) na qual afirmou que a vacina é segura para essa faixa etária. A medida contraria a posição do presidente Jair Bolsonaro, que tem se colocado contra a vacinação de crianças. Nesta segunda, Bolsonaro afirmou que sua filha Laura não será vacinada. O próprio ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, hesitou sobre o tema nas últimas semanas e afirmou que se tratava de questão sensível e que não demandava urgência.

"A recomendação do Ministério da Saúde é pela inclusão das crianças de 5 a 11 anos na Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação contra a covid-19 (PNO), conforme posicionamento oficial da pasta declarado em consulta pública no dia 23 de dezembro e reforçado pelo ministro da Saúde em manifestações públicas", diz a nota da pasta, acrescentando: "No dia 5 de janeiro, após ouvir a sociedade, a pasta formalizará sua decisão e, mantida a recomendação, a imunização desta faixa etária deve iniciar ainda em janeiro."

 

Anvisa

Neste mês, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou indicação da vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos. Desde então, o governo tem se manifestado contra a imunização para essa faixa etária. Bolsonaro chegou inclusive a afirmar que divulgaria o nome de servidores da Anvisa que participaram da aprovação imunizante para crianças.

Após a questão ser levada ao STF e diante do impasse, Queiroga decidiu submeter o tema à consulta pública. O procedimento de consulta foi aberto no dia 22 e ficará disponível para contribuições da sociedade até o dia 2 de janeiro. Em entrevistas, Queiroga chegou a afirmar que o tema não exigia urgência uma vez que o número de óbitos por Covid-19 nesta faixa etária era baixo.

Levantamento mostrou que a doença matou uma criança a cada dois dias no país. Até a semana passada, 301 óbitos tinham sido registrados nessa faixa etária desde o início da pandemia.

Diante da lentidão da pasta em definir a questão, o governador de São Paulo, João Doria (PSBD), anunciou que tentava negociar diretamente com a Pfizer a aquisição de vacinas. A farmacêutica afirmou, no entanto, que continuará as negociações com o governo federal.

Na quarta-feira passada, o vice-presidente, Hamilton Mourão, criticou governadores que tentam adquirir imunizantes. “Os governadores, lamentavelmente, às vezes atravessam o samba. Como foi aquela questão da compra daquela vacina russa [Sputnik V] que acabaram não comprando, não é? Então vamos aguardar”, afirmou o vice-presidente.



Associação Médica defende vacinação

Nesta segunda-feira, a Associação Médica Brasileira (AMB) divulgou uma nota defendendo a vacinação de crianças contra Covid-19. A entidade argumentou que a necessidade de vacinação de um público não se dá somente pelo número de óbitos provocado pela doença.

"Por exemplo, gripe, diarreia por rotavírus, varicela, hepatite A, entre outras doenças, faziam menos vítimas do que a Covid-19 em pediatria. E não hesitamos em recomendar a imunização contra todas elas. Vacina-se para prevenir hospitalizações, sequelas, uso de antibióticos, visitas aos serviços de saúde, ocupação de leitos em UTI, entre outros", diz o comunicado.


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