Comerciária Aline Aparecida da Silva tinha 28 anos de idade quando foi assassinada pelo marido

Ao ser preso Davi Tobias de Oliveira alegou que havia matado sua mulher após uma discussão motivada por ciúmes, depois de chegar em casa do trabalho e a ver conversando com outro homem na rua de casa

Nesta quinta-feira, dia 24, o Tribunal do Júri de Botucatu se reuniu para realizar o julgamento do réu Davi Tobias de Oliveira, hoje com 35 anos,  que foi denunciado pelo Ministério Público como o assassino de sua mulher, a comerciária, Aline Aparecida da Silva, que tinha 28 anos de idade. Para tirar a vida da companheira por estrangulamento o autor usou uma abraçadeira de plástico, popularmente conhecida como "enforca-gato".

O julgamento foi realizado no Tribunal de Júri do Fórum de Botucatu, sob a presidência da juíza de Direito, titular da 2ª Vara Criminal Cristina Escher, atuando na acusação o promotor de justiça Marcos José de Freitas Corvino. A defesa do réu foi feita pelos advogados criminalistas  Adilson Soares e Stella Coan Giacomassi. Em razão da pandemia de covid-19 não foi permitida a presença do público.

Depois dos debates entre acusação e defesa e ouvir as testemunhas arroladas (4 de acusação e 5 de defesa), o Conselho de Sentença (jurados) formado por 7 pessoas leigas da sociedade botucatuense (3 mulheres e 4 homens), decidiu pela culpabilidade do réu e a juíza proferiu a condenação de 20 anos e 10 meses de reclusão em regime, inicialmente, fechado

O crime

O crime aconteceu no dia 7 de setembro de 2019 na casa onde casal morava com os filhos, na Vila Mariana. Davi fugiu depois do crime, mas foi preso logo depois e confessou o assassinato à polícia. Na delegacia ele alegou que havia matado Aline após uma discussão motivada por ciúmes, depois de chegar em casa do trabalho e a ver conversando com outro homem na rua de casa. O assassinato foi presenciado por um dos filhos do casal.

O acusado acabou recolhido à Centro de Detenção Provisória (CDP), de Itatinga, onde aguardou seu julgamento. Com a condenação ele deverá cumprir a pena que lhe foi imposta em uma das penitenciárias espalhadas pelo Estado.

O detalhe desse julgamento foi o ato de um grupo de pessoas (parentes e amigos da vítima) em apoio à Aline para chamar atenção das autoridades sobre os casos de feminicídio e violência contra mulher.

Pelas redes sociais foi solicitado aos participantes que usassem uma roupa preta (simbolizando luto), além do uso de máscara, mantendo distanciamento seguro entre as pessoas. O chamamento nas redes sociais foi feito através do slogan “Não pode passar em branco”.

O Convite

“Conclamo toda população que luta a favor da vida e da justiça a comparecerem amanhã dia 24 de junho às 09 horas no Fórum da Comarca de Botucatu, para dentro da maior ordem possível, evitando aglomeração e tomando todos os cuidados preconizados pela saúde pública no combate ao coronavírus, EXIGIRMOS e CONCLAMARMOS por JUSTIÇA pela ALINE. Quando uma mulher é morta, morre-se toda humanidade. LUTEMOS POR JUSTIÇA E PAZ”.