Neste show em formato solo, o artista mostra as músicas e causos do mundo que cerca a viola – desde o santo padroeiro dos violeiros (São Gonçalo, que também é santo da fertilidade), passando pelas Folias de Reis, até o famoso pacto com o diabo
Foi a partir da experiência de ter vivido em Urucuia, no extremo noroeste de Minas Gerais, região que inspirou João Guimarães Rosa a escrever seu romance “grande Sertão: Veredas”, que o violeiro Paulo Freire criou espetáculo Viola Rosa e Sertão, que traz a música do interior do Brasil, a música que vem desde o início de sua carreira transformando e influenciando suas criações. A apresentação será no Teatro Municipal de Botucatu, no dia 26 de julho, às 20 horas, dentro da programação do Festival de Inverno 2024.
Neste show em formato solo, Paulo Freire vai mostrar as músicas e causos do mundo que cerca a viola – desde o santo padroeiro dos violeiros (São Gonçalo, que também é santo da fertilidade), passando pelas Folias de Reis, até o famoso pacto com o diabo. Mostrará também a importância do sertão neste aprendizado através dos “toques de viola”, ponteados que representam as movimentações e desafios entre os animais.
O repertório conta com músicas inspiradas no cotidiano do sertanejo, além de divertidos cocos de viola – canções típicas dos vaqueiros.
Viola Rosa e Sertão é um projeto de circulação dos shows, viabilizado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC) do Estado de São Paulo, com a elaboração, gestão e coordenação geral do projeto de Gisella Gonçalves, da Borandá Produções.
Sobre Paulo Freire
Estudou violão com Henrique Pinto, em São Paulo, e Betho Davesaky, em Paris. Em 1977, apaixonado pelo romance “Grande Sertão: Veredas”, de João Guimarães Rosa, foi morar no Norte de Minas Gerais, região do rio Urucuia. Aprendeu a tocar viola com Manoel de Oliveira e outros mestres da região. Aprofundou-se nos costumes e lendas do sertão e posteriormente, tocou as violas e compôs músicas para o seriado “Grande Sertão: Veredas”, da TV Globo.
Morou em Paris de 1982 a 1985. Além de estudar violão clássico, atuou em grupos de Música Popular Brasileira em vários países da Europa e na Argélia. Compôs trilhas especiais para matérias do programa “Globo Rural”, da TV Globo (entre elas “Escola de Peões” – Prêmio Wladimir Herzog de Direitos Humanos, em 1993 e “O Umbu” – Prêmio Febraban, em 1994). Compôs, em parceria com Swami Júnior, a canção “Bom Dia”, gravada por Zizi Possi no disco “Valsa Brasileira” (Prêmio SHARP – melhor disco do ano, em 1994).
Publicou os romances “O Canto dos Passos”, em 1988, e “Zé Quinha e Zé Cão, vai ouvindo…”, em 1993. Seu primeiro disco solo de Viola, “Rio Abaixo”, em 1995, recebeu o Prêmio SHARP de Revelação Instrumental. Escreve o livro “Eu Nasci Naquela Serra”, biografia dos compositores paulistas Angelino de Oliveira, Raul Torres e Serrinha, em 1996, narrando a vida destes grandes compositores (autores de “Tristezas do Jeca”, “Saudades de Matão”, “Cabocla Tereza”, “Chitãozinho e Xororó”, entre outras), em que conta a história da música caipira, até a transformação desta no gênero sertanejo.
Lançou o CD solo “São Gonçalo”, em 1998. Participa da série “Violeiros do Brasil”, televisionada pela TV Cultura e lançada em CD pelo selo Núcleo Contemporâneo. Entrou para o grupo ANIMA, e lançou o CD “Especiarias”, que recebe o Prêmio Carlos Gomes, melhor grupo de câmera em 2000. Gravou uma versão da música Boi da Cara Preta para o selo americano Ellipsis Arts, na coletânea Papa’s Lullaby, lançado por esta gravadora em junho de 2001, recebendo o Prêmio Silver Parents Choice – EUA.
SERVIÇO: VIOLA ROSA E SERTÃO
Data e horário: 26 de julho, às 20 horas
Local: Teatro Municipal de Botucatu – Praça Coronel Rafael de Moura Campos, 27 – Centro, Botucatu – SP
Entrada gratuita