Em São Manuel as aulas de uma escola de um bairro precisaram ser suspensas devido a densidade da fumaça
Um incêndio de grandes proporções pode ser iniciado por uma simples bituca de cigarro acesa, jogada à beira da estrada, onde exista, por exemplo, uma plantação de cana de açúcar, que serve de refúgio para muitos animais silvestres que acabam morrendo queimados ou intoxicados pela fumaça em suas tocas
Continua ocorrendo com bastante frequência casos de incêndios em diferentes cidades do centro oeste paulista, principalmente em regiões de canaviais. Também esse problema está sendo registrado em grande escala nos mais diferentes pontos do Brasil.
Um dos exemplos recente está na Vila São Geraldo ficou coberta de fumaça, após fogo no canavial próximo a Cohab 5. Segundo informações de populares, as aulas de uma escola daquele bairro precisaram ser suspensas devido a densidade da fumaça. As brigadas de incêndio da Usina São Manoel e a Defesa Civil Municipal compareceram no local e controlaram as chamas.
A estiagem que já dura várias semanas, faz com que aumente o risco de queimadas em terrenos baldios e acostamento de rodovias onde são despejados diferentes materiais inservíveis e de fácil combustão como móveis velhos, roupas, papel, plástico, galhos secos, etc. E muitas queimadas são provocadas de maneira proposital.
A ação de atear fogo em áreas rurais e urbanas acontece com relativa frequência no Município. O agravante é que muitos proprietários ateiam fogo em suas propriedades para fazer pastagem depois de acelerar o processo envelhecimento da vegetação, utilizado um produto químico conhecido como mata-mato que seca o mato tornando o local muito inflamável.
Um incêndio de grandes proporções pode ser iniciado por uma simples bituca de cigarro acesa, jogada à beira da estrada, onde exista, por exemplo, uma plantação de cana de açúcar, que serve de refúgio para muitos animais silvestres que acabam morrendo queimados ou intoxicados pela fumaça em suas tocas. Depois que o fogo se propaga torna-se difícil seu controle.
Morte de animais
É considerável o número de animais silvestres feridos que são resgatados pela Polícia Militar Ambiental ou Grupo de Proteção Ambiental (GPA), da Guarda Municipal, que são encaminhados ao Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres (CEMPAS), da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Unesp de Botucatu.
As queimadas quando não afetam, diretamente, os animais, fazem com quem eles deixem o habitat natural para escapar do fogo e acabam sendo atropelados ao atravessar estradas ou invadindo residências na área urbana.
O Cempas recebe animais como lobos guarás, cachorros do mato, tamanduás, tatus, veados, cobras, aves, entre outros, queimados ou com fraturas causadas por atropelamentos nas estradas. Alguns são salvos, mas outros, não. Também não são raros os casos de animais que, em razão das queimadas, acabam morrendo intoxicados por inalação de fumaça, dentro das suas tocas.
Botucatu tem lei específica
Em cidades como Botucatu que são cortadas por rodovias, campanhas são realizadas para conscientizar a população sobre os prejuízos gerados pela queimada e estimular as denúncias contra esse tipo de crime ambiental. A orientação é que as pessoas não joguem bitucas de cigarro e fósforos acesos às margens de rodovias, onde se concentram grandes áreas verdes. Uma simples faísca pode ganhar proporções desastrosas.
De Botucatu, de acordo com a Lei Complementar 1.007, de novembro de 2012, o uso de fogo para a limpeza de terrenos em Botucatu, seja na zona rural ou urbana, pode gerar multa de R$ 100 mais R$ 5 por metro quadrado da área queimada. Em caso de reincidência, a multa passa para R$ 200 mais R$ 10 por metros quadrado. Em Áreas de Preservação Permanentes (APPs) os valores destas multas são aplicados em dobro.
Principais causas de incêndio
– Bitucas de cigarro;
– Fogueiras;
– Queima não controlada em pastos e canaviais;
– Queima de lixo;
– Descuido humano.
Prejuízos oferecidos pelas queimadas
– Destruição de plantações e construções rurais;
– Perda de remanescentes florestais;
– Morte de animais silvestres (inclusive espécies em extinção);
– Poluição do ar
– Agravos à saúde (principalmente doenças respiratórias e alergias);
– Contribuição para o aquecimento global (produção em excesso de dióxido de carbono);
– Acidentes com queimaduras e até mesmo morte de pessoas.