Os dados, referentes ao mês de janeiro de 2025, indicam que 38 dessas cidades (70,37%) estão em situação de alerta ou risco devido à presença de larvas do Aedes Aegypti em imóveis
Um levantamento realizado pela TV TEM entre as 54 cidades da região de Bauru e Marília que realizam o Levantamento Rápido de Índices para Aedes Aegypti (LIRAA) mensalmente revelou que 7 em cada 10 municípios da região apresentam altos índices de infestação do mosquito transmissor da dengue, zika e chikungunya.
Os dados, referentes ao mês de janeiro de 2025, indicam que 38 dessas cidades (70,37%) estão em situação de alerta ou risco devido à presença de larvas do Aedes Aegypti em imóveis.
O LIRAA, utilizado para monitorar a proliferação do mosquito, classifica os municípios conforme o índice de infestação predial. De acordo com os critérios do levantamento, as cidades com índices de infestação acima de 4% são classificadas como “risco de surto”. Já aquelas com índices entre 1% e 3,9% entram na categoria de “alerta”.
Entre as cidades com os piores índices estão Presidente Alves (13,04%), Itaju (11,36%) e Álvaro de Carvalho (11,11%), todas em situação de risco.
Bauru, maior cidade do centro-oeste paulista, aparece em sexto lugar, com 6,21% de infestação, também classificada como “risco”. Já Marília (3,37%) e Botucatu (3%) estão em situação de alerta.
Os especialistas alertam que a combinação de altos índices de infestação e o aumento de casos de doenças transmitidas pelo Aedes pode resultar em um surto descontrolado. O monitoramento constante e a eliminação de criadouros do mosquito são essenciais para evitar a proliferação e controlar a situação.
“Pacote de prevenção de enfrentamento de dengue”
Vale destacar que a Secretaria Municipal de Saúde e Vigilância Ambiental em Saúde (VAS) de Botucatu lançaram o “Pacote de prevenção de enfrentamento de dengue”, para que a população busque eliminar água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.
Roupas que minimizem a exposição da pele durante o dia – quando os mosquitos são mais ativos – proporcionam alguma proteção às picadas e podem ser uma das medidas adotadas, principalmente durante surtos.
Repelentes e inseticidas também podem ser usados, seguindo as instruções do rótulo. Mosquiteiros proporcionam boa proteção para aqueles que dormem durante o dia, como bebês, pessoas acamadas e trabalhadores noturnos.
No momento, só existe uma vacina contra dengue registrada na Anvisa, que está disponível na rede privada. Ela é usada em 3 doses no intervalo de 1 ano e só deve ser aplicada, segundo o fabricante, a OMS e a Anvisa, em pessoas que já tiveram pelo menos uma infecção por dengue. Esta vacina não está disponível no SUS, mas o Ministério da Saúde acompanha os estudos de outras vacinas.
Transmissão
O vírus da dengue é transmitido pela picada da fêmea do Aedes aegypti, um mosquito que costuma picar durante o dia (no início da manhã ou no final da tarde) e se multiplica em locais onde tem água parada. Ele vive dentro das casas e ao redor de residências, como em quintais e calçadas, por isso os cuidados precisam ser contínuos.
Sintomas
Em adultos, a primeira manifestação é febre entre 39°C a 40°C de início rápido, associada a:
- Dor de cabeça;
- Cansaço e mal-estar;
- Dor atrás dos olhos;
- Dores no corpo, nas juntas e atrás dos olhos;
- Manchas vermelhas no corpo que podem coçar.
- Na dengue mais grave, depois do terceiro dia da doença, quando a febre começa a diminuir, costumam aparecer:
- Sinais de hemorragia, como sangramento no nariz e na gengiva;
- Rompimento de vasos superficiais da pele (hematomas).
- Em casos mais raros, podem ocorrer sangramentos no aparelho digestivo e nas vias urinárias.
Ranking das 38 cidades com maiores índices de risco e alerta
- Presidente Alves – 13,04% (Risco);
- Itaju – 11,36% (Risco);
- Álvaro de Carvalho – 11,11% (Risco);
- Arealva – 6,62% (Risco);
- Reginópolis – 6,25% (Risco);
- Bauru – 6,21% (Risco);
- Agudos – 6% (Risco);
- Cândido Mota – 5,52% (Risco);
- Guaimbê – 5,33% (Risco);
- Cafelândia – 5,17% (Risco);
- Quintana – 5,14% (Risco);
- Pirajuí – 4,96% (Risco);
- Gália – 4,78% (Risco);
- Tupã – 4,67% (Risco);
- Júlio Mesquita – 4,38% (Risco);
- Pardinho – 4,29% (Risco);
- Platina – 3,61% (Alerta);
- Lupércio – 3,48% (Alerta);
- Marília – 3,37% (Alerta);
- Botucatu – 3% (Alerta);
- Herculândia – 2,98% (Alerta);
- Canitar – 2,86% (Alerta);
- Dois Córregos – 2,54% (Alerta);
- Paulistana – 2,41% (Alerta);
- Areiópolis – 2,33% (Alerta);
- Sabino – 2,22% (Alerta);
- Bariri – 2,18% (Alerta);
- São Manuel – 1,95% (Alerta);
- São Pedro do Turvo – 1,88% (Alerta);
- Getulina – 1,76% (Alerta);
- Santa Cruz do Rio Pardo – 1,57% (Alerta);
- Echaporã – 1,53% (Alerta);
- Jaú – 1,45% (Alerta);
- Ubirajara – 1,44% (Alerta);
- Igaraçu do Tietê – 1,25% (Alerta);
- Ipaussu – 1,15% (Alerta);
- Ocauçu – 1,09% (Alerta);
- Pongaí – 1% (Alerta).

