Operação ‘Falso Profeta’ faz buscas em casa de morador de Botucatu suspeito de aplicar golpes financeiros no Brasil

A investigação aponta que a organização era composta por pastores que induziam fiéis a acreditarem que estavam abençoados a receber grandes quantias em dinheiro

Os policiais civis da Delegacia de Investigações Gerais (DIG), de Botucatu, deram cumprimento a um mandado de busca e apreensão na residência de um indivíduo suspeito de integrar uma organização criminosa digital que aplicava golpes financeiros por meio de canais no YouTube.

A ação faz parte da terceira fase da operação “Falso Profeta”, coordenada pela Polícia Civil do Distrito Federal, que investiga um esquema que teria feito mais de 50 mil vítimas no Brasil e no exterior.

Nesta fase foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão contra os principais membros do grupo em atividade no Distrito Federal, São Paulo, Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná e Santa Catarina.

O alvo dos mandados em Botucatu foi identificado como um dos youtubers mais influentes a serviço do grupo criminoso. Natural de Santos. O suspeito mora na cidade há cerca de um ano e não teve o nome revelado.

Na casa desse morador de Botucatu, os policiais apreenderam documentos, computadores, tablets e pen drives com informações e arquivos que teriam sido usados nos golpes. Além das apreensões, a Justiça determinou o bloqueio de valores e a suspensão do uso de redes sociais por parte dos investigados.

Fiéis abençoados

A investigação aponta que a organização era composta por pastores que induziam fiéis a acreditarem que estavam abençoados a receber grandes quantias em dinheiro.

O grupo usava uma teoria conspiratória conhecida como “Nesara Gesara” e prometia retornos financeiros exorbitantes, incluindo a promessa de que um depósito de R$ 25 poderia render um “octilhão” de reais.

Além disso, a Justiça determinou o bloqueio de valores e a suspensão do uso de redes sociais por parte dos investigados.

O crime

Uma organização criminosa especializada na prática de estelionatos por meio de redes sociais (fraude eletrônica) é alvo de investigação da Polícia Civil do Distrito Federal nesta quinta-feira (30/1). A quadrilha induzia as vítimas a investir quantias em dinheiro com a promessa de receber valores exorbitantes.Como é

O grupo é composto por cerca de 200 integrantes, incluindo dezenas de lideranças evangélicas intitulados pastores, que induziam os fiéis a acreditar no discurso de que são pessoas escolhidas por Deus para receber a bênção, que no caso era a quantia expressiva. Na operação desta quinta-feira (30/1), cinco líderes religiosos também foram alvos, além de advogados e digitais influencers.

Segundo as investigações da PCDF iniciada há mais de dois anos, o golpe pode ser considerado um dos maiores investigados no país, pois foram constatadas, como vítimas dos criminosos, pessoas de diversas camadas sociais e localizadas em quase todas as unidades da federação, estimando-se mais de 50 mil vítimas.

A operação “Falso Profeta” está na terceira fase e ao longo de toda a investigação quatro pessoas foram presas preventivamente e condenadas. A investigação também apontou uma movimentação superior a R$160 milhões desde 2019. 

Nessa nova etapa da investigação, os policiais buscam o cumprimento de 16 mandados de busca e apreensão contra os principais membros em atividade no Distrito Federal e em seis estados: Goiás, Minas Gerais, Pará, Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Além disso, são cumpridas medidas cautelares de bloqueio de valores, bloqueio de redes sociais e decisão judicial de proibição de utilização de mídias digitais

Redes sociais

Para praticar o crime, os suspeitos iniciavam conversas enganosas através de redes sociais abusando da fé e crença religiosa das vítimas. Eles utilizavam uma teoria conspiratória apelidada de Nesara Gesara, para convencer as pessoas, majoritariamente evangélicas, a depositarem suas economias em falsas operações financeiras ou falsos projetos de ações humanitárias, com promessa de retorno financeiro imediato

Foram identificadas cerca de 40 empresas fantasmas e de fachada, e mais de 800 contas bancárias suspeitas. Os criminosos poderão responder, a depender de sua participação no esquema, pelos crimes de estelionato, falsificação de documentos, falsidade ideológica, lavagem de dinheiro e organização criminosa.