Com duração de três cinco anos, o programa busca no conhecimento científico as soluções para questões sociais prementes, em parceria com secretarias estaduais e órgãos de governos, podendo congregar também o apoio de entidades privadas e do terceiro setor
As professoras Sheila Canevese Rahal e Cláudia Valéria Brandão, do Departamento de Cirurgia Veterinária e Reprodução Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp, câmpus de Botucatu, participaram de um evento promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), no qual foram divulgados os novos Centros de Ciência para o Desenvolvimento (CCDs) aprovados pela instituição.
Ao todo, a Unesp vai ser a sede de quatro novos CCDs financiados pela Fapesp. Com duração de três cinco anos, o programa da Fapesp busca no conhecimento científico as soluções para questões sociais prementes, em parceria com secretarias estaduais e órgãos de governos, podendo congregar também o apoio de entidades privadas e do terceiro setor.
As propostas lideradas pela Unesp perfazem pouco mais de R$ 40 milhões para o financiamento dos novos quatro CCDs, que contemplam, além da FMVZ, em Botucatu, unidades dos câmpus universitários de São Paulo, Bauru e Tupã.
Na FMVZ, o CCD vai ser abrigado no Cempas (Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Selvagens), hoje reconhecido como Centro de Triagem e Reabilitação (Cetras) universitário e habilitado a receber, identificar, avaliar, reabilitar e destinar espécimes da fauna silvestre e da fauna exótica. A instituição pública parceira neste CCD é a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística do Estado de São Paulo (Semil), que abriga, entre outros órgãos, o DER (Departamento de Estradas e Rodagens), um ator importante do dia a dia do Cempas, que reabilita animais atropelados nas rodovias paulistas.
Além de permitir o avanço do conhecimento por meio das pesquisas com animais selvagens, o CCD “Cetras Universitário: Cempas” vai contribuir para mitigação da perda da biodiversidade no Estado de São Paulo.
As atividades de pesquisa serão conduzidas por docentes e discentes do Programa de Pós-Graduação em Animais Selvagens da FMVZ, bem como por alunos de graduação da unidade e do Instituto de Biociências (IB) da Unesp, câmpus de Botucatu.
A professora Sheila Canevese Rahal atuará como Pesquisadora Responsável e a professoraCláudia Valéria Brandão como Pesquisadora Principal do Centro. Os pesquisadores Associados serão os professores Bruno Cesar Schimming, Maria Jaqueline Mamprim,Alessandra Melchert, Felipe Fornazari, Renata Navarro Cassue Tais Harumi de Castro Sasahara. A pesquisadora associada do ente público será Patrícia Locosque, bióloga e coordenadora de Fauna Silvestre da Secretaria do Meio Ambiente.
Cabe destacar que o recebimento e atendimento dos animais selvagens é um desafio público constante e de interesse da Subsecretaria de Meio Ambiente, no ítem “Manutenção da biodiversidade, processos e serviços ecossistêmicos”.
“As pesquisas desenvolvidas com os animais silvestres são de grande importância no contexto da preservação ambiental e saúde. Tais pesquisas podem contribuir em vários aspectos, devido à inter-relação com a saúde única, educação, equilíbrio do ecossistema e necessidade da preservação das espécies, especialmente as ameaçadas de extinção ou já em extinção”, afirma a professora Sheila. “A aprovação do Cempas como Centro de Ciência para o Desenvolvimento pela Fapesp constitui um reconhecimento da proposta, que articula diferentes áreas do conhecimento para a geração de soluções aplicadas à conservação da biodiversidade”, complementa a professora Claudia Valéria.
Presente ao lançamento, a reitora Maysa Furlan destacou a abrangência territorial da Unesp, distribuída por 24 cidades paulistas, como um ponto de grande aderência ao programa da Fapesp. “Nós estamos em 24 cidades e conhecemos muitas vezes o problema e o potencial da nossa universidade para resolver essas questões. Penso que a Unesp tem uma aderência muito grande para o programa porque detém um espaço territorial que outras universidades não detêm. Consequentemente, interage e conhece os problemas”, disse a reitora, que em seu discurso destacou também a importância da preservação da autonomia para a prática universitária.
Por – Sérgio Henrique Santa Rosa