Seminário reuniu gestores, profissionais de saúde, equipes da rede SUS e estudantes com o objetivo de fortalecer as redes de atenção e promover conhecimentos que transformam realidades
O Programa Inspire do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu – Unesp (HCFMB) tornou-se uma política pública do Estado de São Paulo. Com isso, o modelo implantado no Hospital será referência para que o Estado exporte o conhecimento para outros serviços de saúde de diferentes municípios.
A conquista foi celebrada e anunciada no dia 24 de novembro, durante o Seminário de Atenção as Doenças Respiratórias, evento realizado pelo Departamento Regional de Saúde (DRS) VI Bauru, com apoio da Superintendência, Gerência de Relações Institucionais (GRI) e o Departamento de Gestão de Atividades Acadêmicas (DGAA) do HCFMB.
O Seminário reuniu gestores, profissionais de saúde, equipes da rede SUS e estudantes com o objetivo de fortalecer as redes de atenção e promover conhecimentos que transformam realidades.
Transversalizando as linhas de cuidado: oferta integral ao tabagista no SUS em São Paulo; doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e cigarro eletrônico; asma; internações e doenças respiratórias foram os temas abordados pelos especialistas.
Abertura
A Diretora do Departamento Regional de Saúde (DRS) VI Bauru, Fabíola Leão Soares Yamamoto, iniciou seu discurso agradecendo as Instituições, que ali foram representadas, por se mostrarem dispostas a debater um assunto “que tem preocupado muito a gestão do DRS-VI – causa de elevada ocupação de leito hospitalar”, disse. “Nosso intuito com este Seminário é mostrar pra vocês que a Secretaria de Estado da Saúde traz algo novo, que é a linha de cuidado as doenças respiratórias, prevenção ao fumo, ao diagnóstico de câncer e todas as patologias relacionadas a doenças pulmonares”, pontuou.
Para o Pró-Reitor de Extensão da Unesp, Raul Guimarães, a iniciativa botucatuense impacta diretamente a política pública de saúde do Estado de São Paulo. “Nós temos aqui um exemplo vivo dessa indissociabilidade do ensino, pesquisa e extensão”, afirmou.
O Vice-Diretor da FMB|Unesp, Pedro Lourenção, destacou o papel da Universidade na consolidação de políticas públicas. “Esse evento inicia essa linha de ação que trará resultados para nosso Estado e região”, frisou.
Para o Diretor-Presidente da Famesp, Pasqual Barretti, a concretização de parcerias é o que permite o fortalecimento de políticas públicas que impactam o Sistema Único de Saúde (SUS). “A sensação de todos nós deve ser a de dever cumprido e de muito trabalho pela frente”, ressaltou.
O Vice-Presidente da Sociedade Paulista de Pneumologia e Tisiologia, José Gustavo Bariam Romaldini, enalteceu a iniciativa reforçando o impacto das doenças respiratórias na população. “Só de estarmos aqui discutindo um projeto de saúde respiratória já mostra que há um reconhecimento da importância do tema”, disse.
A Coordenadora da Política Estadual e Nacional de Controle do Tabaco, Sandra Silva Marques, destacou o papel das parcerias na consolidação de políticas públicas dizendo que: “nada se faz se não trabalharmos em conjunto e em todos os níveis de atenção”.
Para o Chefe de Gabinete do HCFMB, João Henrique Castro, o combate as doenças respiratórias é um desafio. “Essa iniciativa é muito válida, pois envolve os protagonistas da causa”, pontuou. O dirigente também mencionou o trabalho desenvolvido por Suzana Tanni, coordenadora do Projeto Inspire, como um modelo a ser seguido.
Programa Inspire
O projeto consiste em oferecer assistência à saúde respiratória para a população botucatuense, especialmente para pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica com maior dificuldade em ter acesso ao Sistema Único de Saúde (SUS).
A iniciativa conta com a participação de fisioterapeutas, enfermeiros, nutricionistas, médicos pneumologistas, cirurgiões torácicos, alunos de residência médica e de graduação em medicina.
Coordenado pela médica pneumologista do HCFMB e docente da FMB|Unesp, Suzana Tanni salienta que o Programa também abrange avaliação de comorbidades não respiratórias, reabilitação, monitoramento e disseminação de conhecimento. “A qualidade da saúde respiratória das pessoas é o foco da atuação da iniciativa”, frisa.
Os pacientes identificados têm acompanhamento de, no mínimo, dois anos. Este período pode ser estendido dependendo de cada caso. “Às vezes, pequenas ações são eficientes e possuem um grande impacto econômico”, finaliza a especialista.
Por: Vinícius dos Santos


