Foto – Divulgação/Reprodução
Brian morreu com um tiro no pescoço ao retornar de uma festa agropecuária por ter derrubado um cone de transito
Como ainda não houve o julgamento, o policial autor do disparo está afastado das ruas e continua trabalhando internamente em outra Cidade, mas não há informação sobre qual Batalhão ele está atuando
Não vai ser este ano que a família vai poder conhecer o desfecho final de um caso de assassinato contra o jovem Brian Cristian Bueno da Silva, de 22 anos, que na madrugada do dia 9 de junho de 2016, morreu baleado com um tiro no pescoço quando retornava para Santa Cruz do Rio Pardo, depois de participar de uma festa agropecuária em Ourinhos acompanhado de quatro amigos. O acusado é o policial militar Luís Paulo Izidoro.
O crime que teve grande repercussão em toda região completou quatro anos neste mês de junho. Inicialmente, o júri popular estava marcado para acontecer nesse primeiro semestre de 2020, mas por causa das medidas de quarentena causadas pela pandemia de codiv-19, o novo coronavírus foi adiado por duas vezes. Na mais recente decisão o Tribunal de Júri adiou o julgamento para 2021 em data a ser agendada.
Consta que no dia dos fatos Brian e os amigos saíram dessa festa no recinto de exposições da cidade quando foram abordados pelos policiais na Avenida Jacinto Ferreira de Sá, que tinha uma grande movimentação por causa da festa naquela madrugada. Brian estava no banco de passageiro ao lado do motorista e teria colocado a mão para fora do veículo e derrubado um cone de sinalização.
Imagens das câmeras de circuito de segurança registraram a abordagem e mostram quando um policial deu sinal de parada ao carro e foi conversar com os ocupantes. Um segundo policial, no caso Izidoro, que estava mais afastado se aproximou do veículo sacou sua arma e disparou o tiro que atingiu Brian.
Os próprios policiais pararam uma ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) que passava pela avenida e Brian foi retirado do carro para receber os primeiros socorros na rua com massagem cardiorrespiratória antes de ser colocado na ambulância e levado ao hospital aonde chegou já sem vida.
Conflito de versões
Há um conflito de versões: o PM alega que sua arma disparou por conta própria, sem intenção, enquanto Brian fez um movimento brusco. Os amigos do jovem garantem que o policial estava “exaltado”, o agarrou pela camisa e o chacoalhou antes de ouvirem o disparo. A juíza Raquel Grellet Pereita Bernardi considerou que há elementos suficientes para o julgamento do PM por homicídio.
A denúncia do representante do Ministério Público, promotor Silvio da Silva, vai de encontro com a versão dos amigos da vítima. Segundo ele, Izidoro agiu por motivo fútil, uma vez que matou a vítima em razão da mesma ter mexido em um cone de sinalização. Agiu mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima, pois Brian não teve tempo de ter qualquer reação. Ele acusa o PM por homicídio duplamente qualificado (motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima).
Por outro lado, a advogada Sandra Kamimura, entrou com recurso buscando a absolvição sumária. A tese é exatamente a de que a arma disparou sozinha, citando casos em que pistolas da marca Taurus atiraram espontaneamente, sem movimentos intencionais. Ela diz que já recorreu da decisão, entrou com embargos de declaração, defendendo que a morte aconteceu por defeito na arma, não foi por dolo ou culpa.